quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Ainda há quem (intoxicado pela desinformação/fake news ou pelo desinteresse) tenha dúvidas sobre a emergência na defesa do ambiente !!!



Para que haja luz nas trevas ...



em 13 Novembro 2017
in Diário de Notícias
DN/Lusa


O grito de alerta de 15 mil cientistas sobre o futuro do planeta

Mais de 15 mil cientistas de 184 países alertaram esta segunda-feira para os riscos de desestabilização do planeta, por falta de acções para preservar o meio ambiente e os ecossistemas.
A advertência surge 25 anos depois de um primeiro aviso de uma maioria de laureados com o prémio Nobel, que em 1992 emitiu um "Aviso dos Cientistas do Mundo para a Humanidade", no qual se dizia que o impacto das actividades humanas na natureza iria provavelmente levar a "um grande sofrimento humano" e "mutilaria o planeta de forma irremediável".

Agora, no que chamam de "segundo aviso", os cientistas dizem que a disponibilidade de água potável, a desflorestação, a diminuição do número de mamíferos, e as emissões de gases com efeito de estufa são questões que estão todas "no vermelho", sendo que as medidas para as mitigar tomadas desde 1992 são decepcionantes, com excepção das destinadas a estabilizar a camada do ozono. 

"A humanidade não está a fazer o que deve ser feito urgentemente para salvaguardar a biosfera ameaçada", dizem os cientistas no aviso hoje publicado na revista BioScience.

Thomas Newsom, professor universitário australiano e um dos autores da declaração, diz que os subscritores avaliaram a evolução da situação nas últimas duas décadas e as respostas humanas, com base nos dados oficiais existentes.
"Em breve será demasiado tarde para reverter esta tendência perigosa", disse.
Os cientistas estimam que a grande maioria das ameaças já identificadas subsistem e "a maior parte" até se agravou, e salientam que ainda é possível reverter essas tendências para que os ecossistemas recuperem a sustentabilidade.
Após 25 anos, diz-se no documento, a quantidade de água potável disponível por pessoa em todo o mundo diminuiu 26% e o número de zonas mortas nos oceanos aumentou em 75%.
O apelo alerta também para a perda de quase 120,4 milhões de hectares de floresta, convertidos na maior parte em terrenos agrícolas, e para um aumento acentuado das emissões de dióxido de carbono e da temperatura média do planeta.
Apontando o aumento da população mundial em 35% e uma redução de 29% do número de mamíferos, répteis, anfíbios, aves e peixes, os cientistas recomendam a criação de reservas naturais terrestres e marinhas, leis mais fortes contra a caça furtiva e mais restrições ao comércio de produtos da vida selvagem.
E uma generalização dos programas de planeamento familiar, medidas para incentivar uma dieta mais baseada em plantas e adopção generalizada das energias renováveis e outras tecnologias verdes.



em 6 Outubro de 2018

O que é o IPCC ?
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, mais conhecido pelo acrónimo IPCC (da sua denominação em inglês Intergovernmental Panel on Climate Change) é uma organização científico-política criada em 1988 no âmbito das Nações Unidas (ONU) pela iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e da Organização Meteorológica Mundial (OMM) (in wikipédia)

Relatório especial do IPCC sobre Mudanças Climáticas
O título do relatório é bem sugestivo:
"Aquecimento Global de 1,5 ºC"
Relatório especial do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) sobre os impactos do aquecimento global de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais e respectivas trajectórias de emissão de gases de efeito estufa, no contexto do fortalecimento da resposta global à ameaça da mudança do clima, do desenvolvimento sustentável e dos esforços para erradicar a pobreza

Gráfico no relatório

(O relatório completo para ler com atenção, paciência e meditar está no link):
https://www.ipcc.ch/site/assets/uploads/2019/07/SPM-Portuguese-version.pdf


em 16  Setembro  2019
in Público

Há um desastre climático por semana. ONU convoca países para travar a crise

O momento é de urgência. Os alertas científicos sobre os efeitos – já visíveis – das alterações climática sucedem-se, mas a acção política é insuficiente. Na próxima segunda-feira, o secretário-geral da ONU reúne na Cimeira da Acção Climática em Nova Iorque líderes de todo o mundo. Com um aviso: “Tragam planos, não palavras.” Portugal estará em destaque.

“Este é o desafio sobre o qual os líderes desta geração vão ser julgados”, “esta é a batalha das nossas vidas”, ignorar as alterações climáticas é “suicida”. A cada frase dita nos últimos meses, António Guterres sobe de tom e reforça o apelo – aos líderes mundiais, às empresas, à sociedade civil. Com a Cimeira para a Acção Climática que convocou para a próxima segunda-feira, 23 de Setembro, o secretário-geral da ONU quer que líderes de todo o mundo cheguem a Nova Iorque prontos para antecipar os seus planos – que, no âmbito do Acordo de Paris, deveriam actualizar até ao final de 2020 – e anunciarem novas e mais ambiciosas metas. O objectivo: limitar, o quanto antes, o aumento da temperatura abaixo dos 1,5 graus Celsius. Segundo a ONU, os desastres climáticos estão a acontecer ao ritmo de um por semana, mas apenas alguns, como o furacão Dorian, são relatados.

“Esta cimeira é decisiva porque vamos conseguir avaliar se há expectativa de o Acordo de Paris ter resultados”, explica ao PÚBLICO Francisco Ferreira, dirigente da associação ambientalista Zero. Portugal marca presença ao mais alto nível: Marcelo Rebelo de Sousa participa na cimeira, assim como o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes. Nesta cimeira, encarada como uma resposta à mobilização nas ruas de movimentos estudantis e activistas, Guterres terá também
a seu lado Greta Thunberg. A jovem activista sueca, que viajou a bordo de um veleiro ecológico até Nova Iorque, vai discursar na Cimeira da Juventude para o Clima e na Cimeira para a Acção Climática.

... penso que estes textos são suficientes.

Agora é preciso agir !!! 


Calendário 
Para agendar o que fazer !

domingo, 15 de setembro de 2019



https://secure.avaaz.org/campaign/po/climate_strike_pledge_2019_loc/?bQpDebb&signup=1&cl=16211820589&v=119114&_checksum=bff8ccbf4c7e08d8b3773aaa0d490af8eb39b1a851c2b82a7ee2f5339506670d

10 atitudes simples que podem salvar o planeta:
1) Diminua o consumo de energia. Pode reduzir o consumo de energia desligando os aparelhos electrónicos que não estão sendo utilizados e não utilizando vários ao mesmo tempo, tomando banhos mais curtos, desligando as lâmpadas ao sair da sala. Uma dica valiosa é trocar as lâmpadas tradicionais por lâmpadas mais económicas.
2) Reduza o consumo de águaPara isso, reaproveite a água da máquina de lavar e utilize a água da chuva. Outras dicas importantes são: diminuir o tempo de banho, lavar o carro utilizando um balde de água em vez da mangueira e nunca lavar a calçada com água potável.
3) Separe correctamente o lixo. O lixo deve ser separado adequadamente para que o material a ser reciclado não seja desperdiçado e possa ser aproveitado. Ao misturar o lixo, muito material que poderia ser reutilizado é simplesmente deitado fora, aumentando a quantidade de lixo no planeta.
4) Recicle e reaproveite. Reciclar e reaproveitar é essencial para diminuir a quantidade de lixo que é despejada em lixões e locais inadequados. Muito material que consideramos lixo pode ser reaproveitado e até mesmo tornar-se obra de arte nas mãos de pessoas hábeis.
5) Não compre nem venda animais selvagens. A compra e venda desses animais alimenta um mercado que compromete a biodiversidade de uma região. Nalguns locais do planeta, a captura ilegal para a venda está levando muitas espécies ao risco de extinção.
6) Sempre que possível, deixe seu carro em casa. Os carros são responsáveis por emitir uma grande quantidade de compostos que poluem o ar. Ao deixar o carro em casa, contribui para a diminuição da poluição atmosférica.
7) Compre apenas o que é necessário. O consumo exagerado de produtos gera um uso exacerbado de nossos recursos. Isso quer dizer que, quanto mais compramos bens sem utilidade mais contribuímos para a destruição da natureza.
8) Reduza o consumo de carne. O consumo de carne prejudica o meio ambiente, pois, para criar pastagens, grandes áreas são desmatadas. Além disso, é grande a quantidade de água consumida para criar os animais e para garantir todo o processamento da carne. Isso sem falar na grande quantidade de gases de efeito estufa emitidos pelo gado.
9) Alimente-se de alimentos orgânicos. Alimentos orgânicos são aqueles que não possuem agrotóxicos. Assim sendo, o consumo desses alimentos ajuda o meio ambiente e também sua saúde.
10) Espalhe seus conhecimentos sobre como preservar o meio ambiente. Ao ensinar outras pessoas, estamos contribuindo para um planeta mais saudável e com pessoas mais conscientes.

Principais autoridades ligadas ao clima unem-se em campanha colaborativa para mobilizar sectores-chave da economia

O ano de 2020 será crítico para o futuro do clima.
Caso as emissões continuem a subir além dessa data, os objectivos do Acordo de Paris tornam-se praticamente inalcançáveis, concluiu um grupo de especialistas no assunto, liderados pela diplomata Christiana Figueres, ex-secretária-executiva da Convenção do Clima das Nações Unidas. Publicaram, em 28 de Junho, na revista científica Nature, um plano para manter as emissões de gases de efeito estufa sob controle até 2020
Baptizado de “Missão 2020”, o documento traça metas de emissão de gases para seis sectores da economia: energia, infraestrutura, transporte, uso da terra, indústria e finanças.
O documento foi divulgado uma semana antes dos líderes das maiores economias do mundo se reunirem em Hamburgo, na Alemanha, na reunião do G20. É o primeiro encontro multilateral realizado após o anúncio de Donald Trump de que os EUA sairão do acordo do clima. “A ideia é justamente trazer o assunto para a pauta política, destacar o que cada uma destas grandes economias está fazendo para enfrentar o desafio climático, compartilhar boas práticas e renovar as esperanças, porque, de fato, ainda temos chances”, disse Figueres.
O aumento de temperatura que o planeta já experimentou neste século serviu para mostrar que os impactos sociais das mudanças climáticas, como as ondas de calor, as secas e o aumento do nível do mar, afectam especialmente os mais pobres. Os mantos de gelo na Groelândia e na Antártida perdem massa a uma taxa crescente, aumentando o nível do mar; da mesma forma, o gelo marinho de verão do Ártico; além, dos recifes de corais, que morrem devido ao aquecimento das águas.
“A boa notícia é que ainda estamos a tempo de atingir as metas do Acordo de Paris se as emissões caírem até 2020”, afirma Hans Joachim Schellnhuber, director do Instituto para Pesquisa de Impactos Climáticos de Potsdam, na Alemanha. Nos últimos três anos, as emissões mundiais de gás carbónico por queima de combustíveis fósseis permaneceram estáveis, enquanto a economia global cresceu pelo menos 3,1% ao ano.
A taxa actual de emissão, de 41 mil milhões de toneladas de gás carbónico por ano, ainda está acima do que podemos emitir. Significa que, no ritmo de agora, em quatro anos, ultrapassaríamos o limite de emissões que daria à humanidade uma chance de estabilizar a temperatura em 1,5 °C. “É agora ou agora. Não podemos esperar mais”, diz Schellnhuber. “Se nos atrasarmos, as condições de vida no planeta serão severamente restringidas.”
Para evitar o pior, segundo Schellnhuber, é preciso usar a ciência para orientar decisões e estabelecer metas, replicar com agilidade as boas práticas de sustentabilidade e, sobretudo, incentivar o optimismo. “Temos inúmeras histórias de sucesso que precisam ser compartilhadas. É o que vamos fazer já na reunião do G 20 na Alemanha”, disse.
Eis as metas estabelecidas pela Missão 2020 para cada sector da economia:
  1. Energia: as energias renováveis ​devem compor pelo menos 30% do fornecimento de electricidade no mundo em 2020, contra 23,7% em 2015. Nenhuma usina a carvão poderá ser aprovada daqui a três anos.
  2. Infraestrutura: cidades e estados darão sequência aos seus planos de descarbonização, o que inclui a construção de edifícios e infraestruturas até 2050, com financiamento previsto de 300 mil milhões US$ por ano.
  3. Transporte: os veículos eléctricos deverão compor pelo menos 15% das vendas de automóveis novos globalmente até 2020 e os híbridos devem avançar 1%. O uso do transporte em massa nas cidades deve dobrar, a eficiência de combustível em veículos pesados deve aumentar 20% ​​e a emissão de gases de efeito estufa na aviação por quilómetro percorrido deve diminuir 20%.
  4. Uso da terra: novas políticas deverão proibir o desmatamento e os esforços devem-se concentrar em reflorestamentos. As práticas agrícolas sustentáveis ​​terão de se espalhar pelo planeta e aumentar o sequestro de gás carbónico.
  5. Indústria: a indústria pesada desenvolverá planos para aumentar a eficiência e reduzir suas emissões, com o objectivo de diminuir para metade a emissão de gases com efeito estufa até 2050. Actualmente as indústrias de ferro, aço, cimento e petróleo emitem mais de um quinto do gás carbónico mundial.
  6. Finança: o sector financeiro precisará ter pensado na forma de mobilizar pelo menos  1 bilião US$ por ano para a acção climática. Governos, bancos privados e credores, como o Banco Mundial, vão emitir títulos verdes para financiar os esforços de mitigação do clima. Isso criaria um mercado anual que, até 2020, processaria mais de dez vezes os 81 mil milhões US$ em títulos emitidos em 2016

domingo, 8 de setembro de 2019



Os próximos 18 meses serão cruciais para salvar o planeta

Consenso entre especialistas. O ano de 2020 é visto como chave no combate ao aquecimento; para alguns, é o limite para a redução de emissões de dióxido de carbono - e para que a meta de aumento de 1,5ºC  na temperatura global seja mantida.

TOPO         BBC
25/07/2019 08h32

Lembra-se quando se dizia que tínhamos "12 anos para salvar o planeta" ?
Agora, porém, há um consenso crescente de que os próximos 18 meses serão primordiais para se lidar com a crise do aquecimento global e das mudanças climáticas, entre outros desafios ambientais.

No ano passado, o Painel Inter governamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) informou que, para manter o aumento das temperaturas médias globais abaixo de 1,5 ºC até o final deste século, as emissões de dióxido de carbono teriam que ser reduzidas em 45%  até 2030.
Mas hoje, os cientistas reconhecem que os passos políticos decisivos para permitir que os cortes no carbono ocorram de facto terão de ser dados antes do final do próximo ano.
A ideia de que 2020 é um prazo importante foi abordada por um dos principais cientistas do clima do mundo, em 2017. "A matemática do clima é brutalmente clara: embora o mundo não possa ser curado nos próximos anos, pode ser fatalmente ferido por negligência até 2020", disse Hans Joachim Schellnhuber, fundador e actual director emérito do Instituto Potsdam de Pesquisas sobre o Impacto Climático.

A sensação de que o final do próximo ano seria uma espécie de prazo de última chance para conter os efeitos devastadores das mudanças climáticas está ficando cada vez mais evidente.
"Acredito firmemente que os próximos 18 meses decidirão nossa capacidade de manter a mudança climática em níveis de sobrevivência e restaurar a natureza ao equilíbrio que precisamos para nossa sobrevivência", disse o príncipe Charles, falando numa recepção recente para ministros do Commonwealth, a comunidade que aglutina o Reino Unido e várias ex-colónias britânicas.
Então, porque são tão importantes os próximos 18 meses?

O príncipe Charles estava-se referindo a importantes reuniões da ONU sobre o clima, marcadas até o final de 2020. Desde que um acordo climático global foi assinado em Paris, em Dezembro de 2015, negociadores têm-se empenhado em firmar um conjunto de normas a serem seguidas pelos signatários do pacto.
Ainda, segundo os termos do acordo, os países também prometeram avançar com os seus planos de corte de emissões de carbono até o final de 2020.
Uma dos destaques do relatório do IPCC lançado no ano passado foi a estimativa de que as emissões globais de dióxido de carbono têm de atingir seu pico em 2020, para viabilizar o objectivo do máximo de aumento de 1,5 ºC até o final do século.

Os planos actuais não são suficientemente fortes para manter as temperaturas abaixo do chamado limite seguro.
Neste momento, estamo-nos encaminhando para 3 ºC de aquecimento até 2100.
Como os países geralmente planeiam seus programas de redução com prazos de cinco e dez anos, para se atingir a meta de corte de carbono de 45% até 2030, os planos realmente precisam estar na mesa até o final de 2020.

Os próximos passos
O primeiro grande evento será a Cúpula para Acção Climática, convocada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres. Será realizada em Nova York, em 23 de Setembro.
Guterres tem deixado claro que a cúpula só fará sentido se os países participantes levarem ofertas significativas para melhorar seus planos nacionais de corte de emissões.
Esse encontro será seguido pela COP25 em Santiago do Chile, que terá a importância de manter o processo em andamento.
Mas o momento-chave deverá ser a COP26, provavelmente no Reino Unido, que será realizada no final de 2020.
O governo britânico acredita poder usar a oportunidade da COP26, num eventual mundo pós-Brexit (após a saída do Reino Unido da União Europeia), para mostrar que a Grã-Bretanha tem força para construir a vontade política para os avanços necessários, da mesma forma que os franceses usaram sua força diplomática para fazer acontecer o acordo de Paris .
"Se obtivermos sucesso na nossa oferta (para sediar a COP26), garantiremos a construção do acordo de Paris e reflectiremos nas evidências científicas de que precisamos ir mais longe e mais rápido", disse recentemente o ministro do Meio Ambiente do Reino Unido, Michael Gove - na sua  última provável fala no cargo (ele terá outro cargo no gabinete do novo primeiro-ministro, Boris Johnson, que assumiu na quarta-feira).
"E precisamos da COP26 para garantir que outros países levem a sério suas obrigações e isso significa liderar pelo exemplo. Juntos, devemos tomar todas as medidas necessárias para restringir o aquecimento global a pelo menos 1,5 ºC"
Razões para ser optimista
Nos últimos anos, talvez pelas ondas extremas de frio e calor, ou pela actividade de activistas como a adolescente sueca Greta Thunberg e do grupo britânico Extinction Rebellion (que paralisou Londres durante uma semana em Abril), parece haver um nítido aumento no interesse público pelas mudanças climáticas e outros problemas relativos à natureza e por ideias que as pessoas possam pôr em prática nas suas próprias vidas.

Os pedidos de acção estão ficando mais vigorosos, e os sinais são de que políticos em muitos países acordaram para essas mudanças.
Ideias como o New Green Deal, (o Novo Plano Verde, com acções como a "descarbonização" da economia americana), proposto por políticos democratas, que pareciam inviáveis há alguns anos, ganharam força real recentemente.
A percepção do príncipe Charles de que os próximos 18 meses são críticos é compartilhada por alguns representantes de países nas negociações sobre o clima.
"Nosso grupo de pequenos estados insulares em desenvolvimento compartilha do sentimento do príncipe Charles da profunda urgência por uma acção climática ambiciosa", disse a embaixadora Janine Felson, do Belize, estrategista-chefe do grupo da Aliança dos Pequenos Estados Insulares da ONU.
"De uma só vez, somos testemunhas de uma convergência colectiva da mobilização pública. Os impactos climáticos estão piorando e há fortes alertas científicos que pedem uma liderança climática decisiva".
"Sem dúvida, 2020 é um prazo importante para que a liderança finalmente se manifeste."
Razões para ser pessimista
A provável COP26 no Reino Unido em 2020 também poderia ser o momento em que os EUA finalmente deixariam o acordo de Paris, conforme Donald Trump anunciou em 2017.
Mas se Trump não vencer nas eleições americanas do próximo ano, a posição do país pode mudar. Um presidente democrata, por exemplo, provavelmente reverteria a decisão.
Qualquer passo pode ter enormes consequências para a luta pelo clima.
Neste momento, vários países parecem dispostos a desacelerar as mudanças propostas. Em Dezembro passado, os EUA, a Arábia Saudita, o Kuwait e a Rússia bloquearam um relatório especial do IPCC que estabelecia a necessidade de se manter o tecto dos 1,5ºC de aumento.
Algumas semanas atrás, em Bonna, na Alemanha, novas objecções da Arábia Saudita impediram que o tema entrasse em negociações da ONU.
Haverá pressão significativa sobre o país anfitrião do COP26 em 2010 para que este garanta um progresso substancial. Mas, se houver um tumulto político em torno do Brexit, o governo britânico pode não ter estofo necessário para lidar com os múltiplos desafios globais que a mudança climática apresenta.
"Se não pudermos usar este momento para acelerar nossas ambições, não teremos hipótese de chegar a um limite de 1,5 ou 2ºC (de aumento da temperatura)", disse o professor Michael Jacobs, da Universidade de Sheffield, ex-assessor para o Clima do ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown.
E isto não é tudo sobre as mudanças climáticas
Embora as decisões tomadas sobre a mudança climática no próximo ano sejam críticas, há uma série de outras reuniões importantes sobre o meio ambiente que moldarão as acções para a preservação de espécies e a protecção dos oceanos nas próximas décadas.
No início deste ano, um grande estudo sobre as perdas de espécies na natureza e resultados mais amplos do impacto humano causou uma grande agitação entre governos.
O relatório da Plataforma Inter governamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistémicos mostrou que até um milhão de espécies poderão ser perdidas nas próximas décadas.
Por causa disto, os governos reunir-se-ão na China no próximo ano para tentar chegar a um acordo que proteja animais de todos os tipos.
A Convenção sobre Diversidade Biológica é o órgão da ONU encarregado de elaborar um plano para proteger a natureza até 2030.
A reunião do próximo ano poderia levar a uma espécie de "acordo de Paris" para o mundo natural. Se houver acordo, é provável que haja ênfase na agricultura e pesca sustentáveis. Ele deverá pedir maior protecção às espécies e impor limites ao desmatamento.
No próximo ano, a Convenção das Nações Unidas sobre as Leis do Mar também se reunirá para negociar um novo tratado global sobre os oceanos.

Se tudo isto acontecer, o mundo pode ter uma chance de preservar o meio ambiente.