domingo, 25 de novembro de 2012


TRÊS SOBERANOS

"As lendas e os mitos constituem a explicação das origens dos povos"




                   O primeiro em antiguidade e importância.

Atribui-se-lhe a invenção da escrita ideográfica, a arte de contar por meio de cordões entrelançados, os ritos de decoro e etiqueta e principalmente os  "BA GUA", representação abstrata da dinâmica universal.
A lenda diz que ele discerniu  estes oito sinais sobre a carapaça de uma tartaruga que saia do rio.


 
Também  chamado "Divino Agricultor"
 ou "Imperador dos cinco grãos", 
é considerado o criador da agricultura.

Ensinou a semear e cultivar, o fabrico de instrumentos agrícolas, a irrigação e a arte da culinária.
Por ter experimentado em si os efeitos de centenas de plantas, é-lhe atribuída a descoberta da fitoterapia.


                                                  É conhecido como o "Imperador Amarelo".

Com ele surgiu a organização social e a moeda, a arquitectura em madeira e a construção naval, o uso do arco e das flechas.
Foi no seu tempo e por ideia de sua mulher que começou a cultura e o fabrico de roupa em seda.
Ainda teria sido o iniciador da medicina, com o livro "Huang di nei ching".

terça-feira, 20 de novembro de 2012

12

Do outro lado da Via Láctea resplandesce um palácio feito com os mais subtis materiais. Nele tudo vibra em harmonia sábiamente ordenada. As paredes são tecidas de raios de luar prateados, as colunas douradas são feitas de raios de sol entrançados e os telhados de brumas e nebelinas cintilantes. Este palácio é a morada do Imperador Celeste, que habita nele para governar o universo inteiro. Ele vela pelo bom funcionamento dos três mundos: o Céu, a Terra e os Infernos. Mesmo ajudado por uma corte de ministros e funcionários, todos dignos Imortais, a sua tarefa não é fácil. Controlar o curso dos planetas e a trajectória dos cometas, manter o frágil equilíbrio do Yin e do Yang, sombra e luz, demónios e justos. 
Há sempre acidentes e para evitar catástrofes o Imperador Celeste vê-se obrigado a ter, todos os dias, audiência na sala do trono, onde recebe mensageiros e embaixadores, aconselha-se com os seus ministros, dá ordens e faz justiça.


Numa dessas audiências um mensageiro entregou uma carta que subira em fumo. Vinha da Cidade Proíbida, do Imperador da China.
"Eu, soberano do Império do Meio, vosso humilde servidor por vosso mandato, ouso dirigir-me a Vossa Grandeza, para vos dar conhecimento de uma grave ocorrência acabada de acontecer no meu modesto palácio.
Um macaco imortal de temíveis poderes cometeu um roubo no arsenal, que quase destruiu.
Nós vos suplicamos, pois, que identifiqueis e castigueis o culpado porque, cá em baixo, nada podemos contra um imortal de tal espécie."

Quando leu a carta, o Imperador franziu o sobrolho. Nunca tinha ouvido falar de um macaco imortal.
Ordenou que se fizesse um inquérito.

Apareceu de seguida na sala do trono um funcionário que disse:
- Que Sua Augusta Magestade se digne escutar a queixa do seu humilde servidor, ainda que indigno de lhe dirigir palavra.
Eu, pequeno Rei Dragão, pretendo informá-Lo que um macaco dos mais demoníacos semeou a perturbação e a consternação no meu palácio. Depois de ter cometido estragos consideráveis, roubou-me uma arma e vestes inestimáveis. Para acabar, insultou-me grosseiramente.
Os seus poderes são tais que nem guardas nem eu pudémos dominá-lo. Peço a Sua Grandeza que mande prender este perigoso indivíduo.

O Imperador Celeste fez um esgar e declarou:
- Se se tratar do mesmo macaco não vos inquieteis, em breve o teremos capturado. Já está um inquérito em curso.

Veio então um outro funcionário que se prostrou por três vezes diante do trono e, sem erguer a cabeça, disse:
- O grande perfeito governador do território das Trevas e dos departamentos dos Infernos, envia-me a informar Sua Alteza Suprema de uma terrível desgraça.
Desde a noite dos tempos, o Céu é a morada dos espíritos imortais cuja alma está no caminho da sabedoria e o território das Trevas a residência dos espíritos fantasmas cuja alma ainda deve sofrer e reencarnar para se aperfeiçoar. Além disto, segundo as leis cósmicas, os animais são seres que não podem pretender à imortalidade celeste. 
Ora pela primeira vez desde a criação do Mundo, um ser infringiu esta regra imutável. Trata-se do Rei Macaco, domiciliado no Monte das Flores e dos Frutos. No momento da sua comparência perante o Tribunal dos mortos, ele falsificou o registo das almas e conseguiu fugir, massacrando um grande número de espíritos guardas das Trevas. 
Não tendo meios de capturar este perigoso criminoso, o grande perfeito Yan Luo depõe este assunto nas mãos de Sua Alteza Sereníssima.

O Imperador Celeste bateu com o punho no braço do seu trono e exclamou:
- Esse macaco começa a fazer-nos perder a paciência! 

Suspendeu de imediato a audiência para reunir o conselho de ministros e esperar o resultado do inquérito.
Não tardou que dois finos inquiridores celestes, os grandes inpectores Olho Bem Penetrante e Ouvido Envolvente, viessem dar conta das suas buscas. Explicaram em pormenor quem era o Rei Macaco e confirmaram todos os delitos que ele cometera.

- Muito bem, caros ministros, qual a vossa opinião sobre o castigo que este criminoso merece?
- A morte sumária, rugiu o ministro da guerra, com esse tipo de demónio não se deve hesitar. Enviemos sem demora uma expedição punitiva.
- É incrível, declarou então o espírito da Estrela Polar, ouvir tais propostas no Céu. Esquecestes o princípio elementar dos Imortais: "Ter de vencer é sinal de fraqueza, saber convencer prova de sabedoria"? Este macaco tem algum mérito para ter adquirido a imortalidade e tais dons. Deixemos-lhe uma oportunidade de se redimir e mudemos o veneno em remédio. Dêmos-lhe um posto no Céu. Assim, ele ser-nos-à útil e nós tê-lo-emos sempre debaixo de olho. Ao menor desvio, não teremos sequer de descer à Terra para o punir.

Na sua grande benevolência, o Imperador Celeste optou por este sábio conselho e confiou ao espírito da Estrela Polar o cuidado de o fazer executar.

Depois de atravessar a Via Láctea, pousou no cume do monte das Flores e dos Frutos e admirando a paisagem explêndida dirigiu-se para a cascata das Pérolas.
Um gorila sentinela, ao vê-lo aproximar-se, entrou precipitadamente no palácio para prevenir o chefe da presença de um visitante estranho. Nunca vira um ser de tal espécie, todo cintilante de luz.
O Rei Macaco ajeitou as suas vestes e saiu a ver do que se tratava.

- Eu sou o espírito da Estrela Polar. Sou portador de uma convocatória oficial do Imperador Celeste que vos convida para o seu palácio das Alturas etéreas. Por proposta minha e tendo em conta os vossos méritos, ele quer confiar-vos um importante posto no Céu.
- Oh, venerável estrela, estou louco de alegria. Há algum tempo que desejava ir dar uma voltinha lá pelas alturas. Já viajei na terra e no fundo do mar, já visitei os Infernos mas nunca o Céu. Entrai no meu palácio e bebei uma taça de vinho. Deveis ter sede após tão longa viagem.
- Não, obrigado, o Imperador espera-nos. Está impaciente para vos conhecer.
O Rei Macaco disse, então, ao seu povo:
- Queridos amigos, vou fazer uma viagem às Alturas. Sede sensatos. Não demorarei, mesmo que a estadia seja agradável. Encontrarei maneira de voltar a descer ou de vos fazer subir.


Seguindo o espírito da Estrela Polar, o Rei Macaco atravessou a Via Láctea.

.....continua.....

domingo, 18 de novembro de 2012

WEN TZE
Tongxuan zhenjing
(Mestre Wen
Livro da verdadeira compreensão dos mistérios)


129

Os líderes que querem governar são raros; os ministros dignos de participar no governo são virtualmente inexistentes. Poucos buscam o que é virtualmente inexistente; essa é a razão porque um governo perfeito surge a cada mil anos. 
O facto é que raramente existe um governo eficaz e virtuoso. 
Se o governante acompanhar as boas intenções das pessoas, evitar que tenham más intenções e agir em harmonia ao longo de um só caminho, então as pessoas podem melhorar e os costumes ganham beleza.

Os sábios não são admirados porque estabelecem penalidades conforme os crimes, mas porque sabem de onde surge a desordem. 
Se o limite é rompido e se se permite que a desordem siga seu curso, sem restrições, fazendo com que apenas a lei seja cumprida e a punição ocorra, então, ainda que a traição destrua o mundo, não pode ser evitada. 

terça-feira, 13 de novembro de 2012


P'AN KU
O mito chinês da criação

O Caos existia em forma de ovo.
Nele se gerava P'an Ku, tomava forma.
Ao fim de 18000 anos quebrou a casca, nasceu. 
Erguendo-se levou para cima o que era leve, subtil, o Yang e assim se formou o Céu
Para baixo, empurrou o pesado, denso, o Yin e daí apareceu a
Terra
Durante 18000 anos, P'an Ku desenvolveu-se, cresceu 10 li por dia e Céu e Terra cada vez se afastavam mais, sendo o espaço entre eles ocupado pelo corpo de P'an Ku.
Ao fim desse tempo, P'an Ku morreu e o seu corpo deu origem à  natureza.
Os olhos formaram, o direito o sol e o esquerdo a lua.
A respiração o vento, a transpiração a chuva e da voz surgiu o trovão.
O sangue tranformou-se nos rios e mares e os ossos nos minerais e pedras preciosas.
As montanhas das quatro direcções transmutaram-se dos quatro membros, as árvores e arbustos dos pêlos.
A terra que pisamos, o chão, veio da pele de P'an Ku. 
E as pulgas... as pulgas tornaram-se os antepassados da humanidade.


sábado, 10 de novembro de 2012


Os Portais do Paraíso 


Um orgulhoso guerreiro chamado Nobushige foi até Hakuin, e perguntou-lhe:
- "Se existe um paraíso e um inferno, onde estão?"
- "Quem é você?" perguntou Hakuin.
- "Eu sou um samurai!" exclamou o guerreiro.
- "Você, um guerreiro!" riu-se Hakuin. "Que espécie de governante teria tal guarda? Sua aparência é a de um mendigo!".
Nobushige ficou tão raivoso que desembainhou o sabre, mas Hakuin continuou: 
- "Então você tem uma espada! Sua arma provávelmente está tão cega que não cortará minha
cabeça..."
O samurai num gesto rápido avançou pronto para matar, gritando de ódio.
Neste momento Hakuin gritou:
- "Acabaram de se abrir os Portais do Inferno!"
Ao ouvir estas palavras, e percebendo a sabedoria do mestre, o samurai embainhou o
sabre e fez-lhe uma profunda reverência.
- "Acabaram de se abrir os Portais do Paraíso," disse suavemente Hakuin.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012


Um professor de filosofia foi ter com Nan-in, mestre zen, e perguntou-lhe sobre o nirvana, o despertar, meditação, o tao, Deus e muitas outras coisas.
O mestre ouviu em silêncio e depois disse:
- Pareces cansado. Vieste de longe e escalaste esta montanha, deixa-me, primeiro, servir-te um chá.

Nan-in executou na perfeição todo o ritual do chá.
Fervilhando de perguntas, o professor esperou.

Quando serviu o chá, o mestre encheu a chávena do visitante, encheu, encheu, transbordou, encheu o pires até que...
- Pára, não vês que já está cheio?
- É exactamente assim que te encontras. A tua mente está tão cheia que mesmo que te responda não tens espaço para a resposta. Sai, esvazia a chávena e depois volta.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

TAO



CABEÇA

andar com sentido, inteligência no caminho, cabeça que "anda"...

A escrita chinesa é fascinante...  


Tratado da harmonia do chi das 4 estações com o espírito humano


Os 3 meses da primavera são a época da renovação de todas as coisas. Com tudo florescendo, o mundo fica cheio de vida.
Para estar de acordo com a estação, deve-se ir para a cama um pouco mais tarde e levantar um pouco mais cedo. Dar um passeio pela manhã, relaxar o corpo, soltar o cabelo e refrescar a mente. Deixar crescer e não perturbar; dar e não privar.
Esta é a maneira de cultivar o chi da vida. 

Os 3 meses do verão são a época do crescimento sumptuoso. O chi do céu desce e o chi da terra sobe. Tudo frutifica.
Para estar de acordo com a estação, deve-se ir para a cama tarde e levantar cedo. Não se cansar durante o dia, estar sempre animado e não se zangar. Estar tão vivaz como uma planta fresca para manter o yang chi circulando bem dentro do corpo.
Esta é a maneira de "nortear" o chi do desenvolvimento.

Os 3 meses do outono são a época da colheita. O chi do céu é intenso e o chi da terra, límpido. Tudo muda de cor.
Para estar de acordo com a estação, deve-se ir para a cama cedo e levantar cedo, com o cantar do galo. Com o espírito em paz, relaxado, mantendo o chi em harmonia, sem dar expansão aos desejos, ajuda a resistir à influência adversa do ar frio do outono.
Esta é a maneira de adaptar ao chi da colheita.

Os 3 meses do inverno são a época de fechar e armazenar.
Para estar de acordo com a estação, deve-se ir para a cama cedo, com o pôr do sol e levantar tarde, depois do nascer do sol. Não perturbar o yang. Reprimir e ocultar os desejos, feliz e satisfeito. Fugir do frio e procurar calor.
Esta é a forma de preservar o chi do armazenamento.


in    "nei ching"






sábado, 3 de novembro de 2012

11

O Rei Macaco saiu do oceano sem se molhar e pelos ares regressou ao seu palácio em poucos minutos.
O povo aclamou o seu regresso e admirou a arma, as vestes e os ornamentos divinos que trazia.
- Estais tão belo, diziam.



- Isto não é tudo! Vejam o que sei fazer com a minha nova arma.
E fê-la voltear nas mãos, lançou-a ao ar onde fez piruetas, apanhou-a e rodopiou-a cada vez mais rápido, voltou a atirá-la ao ar cada vez mais alto. Nem só uma vez caiu no chão. Todos o aplaudiam e ele disse:
- Ainda não vistes tudo.
Disse um mantra, fez um mudra e o bastão cresceu, cresceu, cresceu até tocar, em cima o céu e em baixo a terra.


- Meus amigos, não há nada tão eficaz como uma arma secreta. Pronunciou, então, outro mantra e o bastão de punhos dourados mingou até o tamanho de uma agulha. Colocou-o na orelha, esfregou as mãos e a agulha desapareceu.

Fatigado pela exploração submarina e por esta demonstração, estendeu-se à sombra de um cipreste para uma pequena sesta.


Tinha os olhos fechados como se dormisse. De repente, sentiu uma presença a seu lado. Olhou e viu dois seres. Um com uma rede prateada, brilhando como raios de luar, ao ombro. O outro leu a placa de marfim que tinha na mão e perguntou:
- Sois vós o Rei Macaco?
- Sim, sou eu.
Imediatamente lançaram a rede sobre ele e puxaram-no violentamente. O Rei Macaco queria debater-se, mas tinha perdido todos os seus poderes. Não podia resistir-lhes. Arrastado pelos desconhecidos, perguntava-se se não seria um sonho. Deveria ser um pesadelo, pois nada no mundo o poderia levar contra sua vontade. A paisagem corria cada vez mais rápido. Ele já não sabia se viajava no espaço ou em recordação. Encontrou-se no meio de um intenso nevoeiro, pouco a pouco os dois guardas diminuiram a velocidade e foi então que se apercebeu de um marco onde estava escrito  "Território das Trevas".


Percebeu que aqueles eram os pescadores de almas. Debateu-se sem nada conseguir e gritou:
- Deixem-me. Sou um Imortal.
Os guardas, sem nada responderem, levaram-no perante o tribunal dos Infernos.
Mal entrou, o Rei Macaco exclamou:
- Isto é um erro judiciário, sou um Imortal, o meu corpo não é mais composto pelos cinco elementos e eu escapo à vossa jurisdição!
- Calma, respondeu Yan Luo que presidia à sessão, raramente os nossos serviços cometem erros. Na sua grande benevolência o tribunal vai proceder a averiguações. Tragam o Livro das Almas!
O escrivão apressou-se a apresentar os registos a Yan Luo, que queria verificar pessoalmente se o seu pessoal fazia bem o seu trabalho. Observou o índice e disse:
- Ora vejamos... insectos, não... mamíferos, quadrúpedes, primatas. Bom
Foi voltando as páginas, tossicou e disse:
- Cá está, macacos! Chimpazés... não. Gibões... também não. Vós não sois nem gorila nem sagui. Estranho!
- Vedes que não estou aí. Sem dúvida é um erro.
O escrivão tomou a palavra:
- Creio que há um anexo para as almas não classificáveis...
- Efectivamente há uma rubrica para as almas muito especiais. A que tem o número 23a-14/c parece corresponder ao previsto: Rei dos Macacos, nascido no monte das Flores e dos Frutos por acção conjunta do Céu, do vento e dos elementos, etc..., etc.., etc..., Duração de vida: 99 anos.
- Não é possível! Tirem-me esta maldita rede para poder ler com os meus próprios olhos.
O grande perfeito Yan Luo fez um gesto para os guardas soltarem o prisioneiro. O Rei Macaco pegou nos registos e leu.


Leu a mesma coisa que acabara de ouvir. De raiva arrancou a página que lhe dizia respeito, fez com ela uma bola e enguliu-a. Agarrou numas outras do capítulo dos macacos e deu-lhes o mesmo destino. Atirou o livro pela sala fora e gritou:
- Agora estamos quites. Corrigi o erro judiciário e paguei-me dos danos e juros da deslocação.
Yan Luo gritava ordens e os espíritos guardas das trevas acorriam. Empunhavam lanças e alabardas.
O Rei Macaco passou a mão na orelha, recitou um mantra e a agulha voltou a ser do tamanho de um bordão. Fez voltear em redor e abateu alguns guardas. O grande perfeito e os dez juízes dos mortos ergueram as suas vestes e saíram a correr da sala do tribunal pela porta das traseiras.
O Rei Macaco abria caminho a golpes de ferro, saiu pela porta principal, correu pelo território das sombras, perseguido pela matilha hululante dos espíritos guardiões. Por fim passou pelo marco que assinalava a fronteira do território das trevas, penetrou no espesso nevoeiro.


Foi quando estrebuchou e caiu de costas. No mesmo instante acordou à sombra do cipreste. Os seus ministros velavam a seu lado.
- Ainda estais muito pálido. O vosso sono era muito agitado. Haveis tido, sem dúvida, um terrível pesadelo.
- Não vistes dois seres estranhos?
- Não, não vimos ninguém e não saímos daqui!
O Rei Macaco coçou a cabeça. Sonhara ou estivera de verdade lá nos fundos? Em todo o caso estava contente por se ter saído tão bem. Tinha um gosto desagradável na boca, assim como que um gosta a papel mascado...
- Eh, amigos, vamos beber um copo! Esta sesta secou-me a garganta.

.....continua.....