terça-feira, 28 de abril de 2015

PALÁCIO BEAU SÉJOUR

A nossa próxima aula ao ar livre (celebração da primavera), no dia 9 de maio, sábado, às 10:30, será nos jardins deste palácio. 
Mais um local onde se poderá "mergulhar" na beleza de Lisboa.
Teremos ainda a oportunidade de fazer uma visita guiada ao palácio, gentilmente cedida pelo Gabinete de Estudos Olissiponenses, ao qual, desde já, manifestamos o nosso apreço e agradecimento. 
Corpo e mente em exercício !
Como habitualmente, é preciso, nos ginásios da escola, fazer a inscrição para esta actividade.


BREVE HISTÓRIA

Foi mandado construir, juntamente com os jardins, ao estilo romântico parisiense, pela viscondessa da Regaleira em 1849, na Quinta das Campainhas.
Adquirida posteriormente pelo barão da Glória, sofreu modificações com decoração art nouveau, tendo a fachada sido revestida a azulejo e os jardins ampliados.
Por sua morte, os sobrinhos e herdeiros, encetam uma profunda remodelação dos interiores, contratando para a empreender membros do Grupo do Leão; os irmãos Bordalo Pinheiro (Maria Augusta, Rafael e Columbano) e o decorador Francisco Vilaça.
A Quinta das Campainhas foi legada à família Dias de Almeida que a vende aos Maristas na década de 70 do século passado, funcionando no palácio os serviços administrativos do colégio.
Palácio e jardim passam para a posse da Câmara, que os restaura, sendo hoje possível admirar vários pormenores decorativos interessantes.



LOCALIZAÇÃO E TRANSPORTES QUE SERVEM O PALÁCIO 
Estrada de Benfica, 368



quinta-feira, 23 de abril de 2015

NA 
MARGEM 
DO 
RIACHO


Num dia quente de verão, Buda disse a Ananda :
- Estou a sentir-me cansado e com muita sede. Passámos há algum tempo por um pequeno riacho. Vai lá, leva a minha tigela e traz-me um pouco de água.
Ananda voltou para trás pensando :
- Atravessámos o ribeiro enchendo-o de lama, as folhas secas que tinham assentado no fundo estarão à superfície, não será possível beber aquela água. 
De facto, quando lá chegou estava demasiado suja. Regressou de mãos vazias.
- Vais ter de esperar um pouco. Disseram-me que há um rio um pouco mais à frente. Vou lá buscar água.
Mas Buda pediu que lhe trouxesse água do riacho lá atrás.
Ananda não percebeu a insistência. Tamanho absurdo. Ter que andar todo aquele caminho para trás sabendo que a água não prestava para beber.
Foi e quando se ia a afastar, Buda disse-lhe :
- Não voltes se a água ainda estiver suja. Simplesmente senta-te quieto na margem, não faças nada, não entres no riacho. Senta-te quieto e observa. Mais tarde ou mais cedo a água vai ficar limpa outra vez e então podes encher a tigela e regressar.
Voltou Ananda ao riacho. A água estava mais límpida. Buda tinha razão. Mesmo assim ainda havia folhas a flutuar e poeira em suspensão.
Sentou-se a ver o riacho a correr que pouco a pouco se tornou cristalino.
Feliz, Ananda regressou, deu a água a Buda, agradeceu-lhe e ajoelhou-se.
- Que está a fazer ? Eu é que te devo agradecer por me teres trazido água. - disse-lhe Buda.



sexta-feira, 17 de abril de 2015


PRIMAVERA



"Os três meses de primavera chamam-se o período do princípio e do desenvolvimento da vida. 
As exalações do Céu e da Terra estão preparados para gerar; assim tudo se desenvolve e floresce.
Depois de uma noite de sono, as pessoas devem levantar-se cedo e caminhar pelo pátio, descontrair-se e tornar mais lentos os movimentos do corpo.
Procedendo assim podem realizar o seu desejo de viver saudavelmente.
Durante este período devemos encorajar o corpo, cedendo-lhe tudo e não lhe tirar nada; devemos recompensá-lo e não castigá-lo.
Tudo isto está em harmonia com a exalação da primavera e tudo isto é o método de protecção da nossa vida.
Os que desrespeitarem as leis da primavera serão punidos com o mal do FÍGADO e esses terão pouco em que apoiar o desenvolvimento no verão."

(in: nei ching - livro de medicina do imperador amarelo)



terça-feira, 7 de abril de 2015

O macaco selvagem,
o cavalo teimoso. 




A natureza do macaco é selvagem e incerta, mas se o domarmos, ele seguirá a orientação do homem, incapaz de fazer tudo o que quer. A natureza do cavalo é teimosa e intratável, mas, com uma brida e uma testeira, ele seguirá a orientação do homem, incapaz de galopar a esmo.

O que percebo quando observo isso é o Tao da rectificação da mente e da correcção da intenção.

A mente dos seres humanos vai e volta de modo irregular, sem parada, sem um momento de paz e de calma, como macaco selvagem. 
As intenções surgem e desaparecem sem consistência. Agora aqui, de súbito ali, sem um único momento de descanso como cavalo teimoso. 
Mente e intenções trabalham em conjunto. Aumentando os desejos e obscurecendo a realidade celestial, a vida e a essência sofrem gradual destruição.

Assim, a prioridade é rectificar a mente e corrigir a intenção .

Quando a mente é directa tudo está em aberto e quando a intenção é sincera os pensamentos não surgem.
Quando tudo está em aberto e os pensamentos não surgem, devemos usar isso para cultivar a essência - e a essência poderá ser purificada ; devemos usar isso para cultivar a vida - e a vida poderá ser estável.

Mas não é fácil rectificar a mente e tornar a intenção sincera.

É necessário fazer um esforço genuíno para consegui-lo. 
Isso envolve o cuidado consigo mesmo, o dar-se conta do não visto e do não ouvido, a atenção consciente momento a momento, o auto exame constante, o controle absoluto da mente teimosa e das suas intenções arbitrárias impedindo-as de se manifestarem mesmo em segredo.
É como domesticar o macaco selvagem ou pôr a brida num cavalo teimoso, sem deixá-los seguir a própria natureza.

Desde tempos antigos se comparou a mente com um macaco e a intenção com um cavalo, porque, de facto, quando a mente e a intenção são descontroladas e tolas, há um tremendo obstáculo no Caminho.

Se se puder controlar de modo concreto a mente errante, devolvendo-lhe a rectidão e transformar a intenção teimosa, restituindo-lhe a sinceridade, poder-se-à compreender metade do TAO da essência e da vida.

(em : "O despertar para o Tao" de Liu I Ming)