terça-feira, 7 de abril de 2015

O macaco selvagem,
o cavalo teimoso. 




A natureza do macaco é selvagem e incerta, mas se o domarmos, ele seguirá a orientação do homem, incapaz de fazer tudo o que quer. A natureza do cavalo é teimosa e intratável, mas, com uma brida e uma testeira, ele seguirá a orientação do homem, incapaz de galopar a esmo.

O que percebo quando observo isso é o Tao da rectificação da mente e da correcção da intenção.

A mente dos seres humanos vai e volta de modo irregular, sem parada, sem um momento de paz e de calma, como macaco selvagem. 
As intenções surgem e desaparecem sem consistência. Agora aqui, de súbito ali, sem um único momento de descanso como cavalo teimoso. 
Mente e intenções trabalham em conjunto. Aumentando os desejos e obscurecendo a realidade celestial, a vida e a essência sofrem gradual destruição.

Assim, a prioridade é rectificar a mente e corrigir a intenção .

Quando a mente é directa tudo está em aberto e quando a intenção é sincera os pensamentos não surgem.
Quando tudo está em aberto e os pensamentos não surgem, devemos usar isso para cultivar a essência - e a essência poderá ser purificada ; devemos usar isso para cultivar a vida - e a vida poderá ser estável.

Mas não é fácil rectificar a mente e tornar a intenção sincera.

É necessário fazer um esforço genuíno para consegui-lo. 
Isso envolve o cuidado consigo mesmo, o dar-se conta do não visto e do não ouvido, a atenção consciente momento a momento, o auto exame constante, o controle absoluto da mente teimosa e das suas intenções arbitrárias impedindo-as de se manifestarem mesmo em segredo.
É como domesticar o macaco selvagem ou pôr a brida num cavalo teimoso, sem deixá-los seguir a própria natureza.

Desde tempos antigos se comparou a mente com um macaco e a intenção com um cavalo, porque, de facto, quando a mente e a intenção são descontroladas e tolas, há um tremendo obstáculo no Caminho.

Se se puder controlar de modo concreto a mente errante, devolvendo-lhe a rectidão e transformar a intenção teimosa, restituindo-lhe a sinceridade, poder-se-à compreender metade do TAO da essência e da vida.

(em : "O despertar para o Tao" de Liu I Ming)

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